terça-feira, 25 de junho de 2013

Pensamentos...

Sozinha nesse quarto onde as horas não passam e o silêncio permanece. Consigo escutar o tic-tac do relógio. Sou só eu e meus pensamentos. Está frio lá fora, estou toda espremida debaixo da cama, com uma sensação de que nada me tirará daqui essa noite. Ligo a televisão para assistir à um filme, mas não há nada bom. Apago a luz. Fecho os olhos na décima tentativa de dormir. Já são quatro e quarenta e três da manhã, eu só podia estar ficando louca mesmo. No entanto, ao fechar os olhos, vejo seu rosto, sua boca, seu sorriso, sinto sua mão tocando na minha, ouço nossas risadas se misturando, relembro dos nossos olhares tímidos se encontrando. Desisto. Levanto e pego um álbum de fotos, aquele bem antigo… Onde estão as melhores recordações. A gente no colégio, na praia, nas festas, na rua. E, então, encontro um que há nós dois. Nossos sorrisos mais estridentes que de qualquer outro. Tem uma foto que estávamos num abraço tão apertado, que eu acho que já fazia parte de você. Cara, como eu sinto a sua falta. Meu coração chega a ficar entupido de dor e sem ter lugar para transbordar. Mas eu não quero lembrar, porque sempre sinto aquela tristeza que me traz um sentimento que ainda não tem nome, que é tão forte, tão intenso, tão grande, que eu me sinto pequenina demais no mundo e dá vontade de tomar todos os remédios que vejo pela frente para ver se consigo sumir daqui. Por isso, guardo tudo e volto a ficar somente com meus pensamentos. Algumas vezes na vida, somos obrigados a deixar as coisas passarem, a deixar pessoas irem embora. É estranho pensar o quanto achávamos uma época difícil e, nesse momento, ela nem parece tão complicada assim. É mais estranho ainda pensar que estamos amadurecendo sempre e que mudamos de opinião (mas continuo a acreditar que o caráter fica). Agora, olhando para o meu passado, vejo que perdi tantas amizades sem nem ao menos saber o motivo, e isso me deixa tão mal. O ser humano se perde um do outro de uma forma incrível, que somente com um laço muito forte não se desamarra. Não acho que seja culpa de ninguém, é porque a vida tem essa forma de maré; às vezes, nem é questão de cansarem da companhia de alguém, contudo, deixam o tempo levar, não procuram, não valorizam, não persistem. É isso! Poucos persistem. Nossa história não é tão diferente… Ah, lá vem você de novo. Minha cabeça chega a doer. Tudo dói. E eu não sei mais se é físico ou emocional. Meus olhos estão inchados; minha olheira funda; meu sorriso fechado; meu cabelo sem brilho; meu andar devagar; minha voz quase inexistente. Não tenho forças para mais nada. Pego uma xícara de café e volto para o quarto. Penso em você mais uma vez. Aonde você está agora? Com quem? Fazendo o que? Por que nos perdemos como essas pessoas se perdem? Será que você sente saudades de mim ou, pelo menos, se lembra de como costumávamos ser? Depois de umas horas, dormi com essas interrogações martelando a minha cabeça, tendo a certeza de que nunca saberei as respostas.

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